“O brilho e esse burburinho de ver os alunos escolhendo livros, sonhando e encontrando mundos indizíveis é fantástico.” Assim a professora Rôsemar Duarte Motta definiu seu sentimento ao entrar na Tenda das Palavras – Espaço Flijuá. O comentário da professora refere-se à participação dos estudantes da rede municipal de ensino de Juazeiro, que receberam um voucher para comprar livros durante o Festival Juá Literária.

A Tenda está recebendo cerca de 11 mil pessoas diariamente, atraídas pelos estandes das editoras, pelos lançamentos de livros no Cais da Palavra e pelos bate-papos com escritores e convidados. Desse número, aproximadamente 7 mil são estudantes da rede municipal de ensino, como Clara Ayalla Ferreira, de 7 anos, aluna do 1º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Leopoldina Leal, que visitou a Tenda nesta quinta-feira (23).

Para a estudante, o momento de comprar os livros foi mágico. “É uma emoção! Tem tanta coisa que eu adoro. Eu não sabia o que escolher. Eu comprei muitos livros e alguns de pintar, porque eu faço pinturas e desenhos muito bons.” Cada um dos 37,7 mil estudantes da rede municipal de ensino recebeu um ‘Bônus Livro’ no valor de R$ 70.

A dona de casa Liriane Cardoso dos Santos optou por acompanhar os dois filhos ao festival. “Eu amei ter essa oportunidade de acompanhar os meus filhos a esse espaço. O festival está maravilhoso! A Prefeitura ainda forneceu a pulseira com esse valor e as crianças ficam felizes em escolher o livro que elas querem ou o brinquedo. Dá para comprar duas ou três coisas.”

Professores e servidores da rede municipal de ensino também receberam o ‘Bônus Livro’, nos valores de R$ 300 e R$ 150, respectivamente. “Eu estou achando o festival extraordinário, estou encantada e agradecida, porque o dinheiro que a gente investe nas questões públicas está retornando para nós mesmos”, declarou a professora Rôsemar Duarte Motta, da Emei Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva.

Na Tenda, 31 estandes comercializam cerca de R$ 1 milhão em livros. “Esse festival está uma loucura. O nosso sentimento é de gratidão, porque tem superado as nossas expectativas. Está cada dia melhor”, avaliou a lojista Maria Aparecida da Silva.

Celebração da palavra e da literatura

A Tenda das Palavras – Espaço Flijuá não reúne apenas os estandes das editoras. O espaço também recebe mesas de bate-papo, lançamentos de livros e apresentações culturais de estudantes das redes estadual e municipal.

Nesta quinta-feira (23), os destaques do espaço foram os bate-papos entre Jessier Quirino e Maciel Melo, que conversaram sobre “Histórias, poesias e canções”, com mediação de Carlos Laerte, e a discussão “Cinema e Literatura pelas Cidades de Deus”, com Letícia Sabatella, Paulo Lins e mediação de Jackson Costa.

A Tenda ainda contou com as mesas “Entre Leituras e Brincadeiras na Literatura Infantojuvenil”, com Socorro Lacerda e Mari Bígio, e “Cultura e Juventude”, com Targino Gondim e Érica Dayane, além do lançamento de livros de escritores locais no Cais da Palavra e do livro “Através de Três Séculos”, de Mucio Brandão.
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Texto: Eneida Trindade – Ascom/PMJ

No espaço que leva o nome de Manuca Almeida, a poesia voltou a pulsar nesta quinta-feira (23) durante o segundo dia de programação da Praça dos Poetas – Espaço Manuca Almeida, no Festival Juá Literária – Um Rio de Letras. Entre contações de histórias, lançamento de livro e música, crianças e artistas celebraram a força da palavra, em um ambiente que mantém vivo o espírito irreverente e afetivo do poeta que marcou Juazeiro.

Manuca Almeida, compositor, poeta, ator, produtor musical e escritor, nasceu em 16 de dezembro de 1963, em Aracaju, mas adotou Juazeiro como lar e foi reconhecido oficialmente como Cidadão Juazeirense. Dono de uma obra de intensidade rara, destacou-se pela criatividade, pela irreverência e pela poesia sempre carregada de identidade e liberdade. Desde sua partida, em 11 de novembro de 2017, seu nome permanece como referência cultural, e hoje inspira novos capítulos de literatura, arte e memória no mesmo chão que o aplaudiu em vida.

Infância, afeto e descoberta: o dia em que as histórias abraçaram os pequenos

Se Manuca dizia que “a palavra quando dança, acorda o mundo”, nesta quinta-feira o mundo de muitas crianças despertou um pouco mais.

Aluna da Escola Professora Edualdina Damásio, no Salitre, Edna Regina dos Santos viveu a experiência pela primeira vez e resumiu o sentimento coletivo. “Gostei muito. Eu e meus colegas estamos gostando de ficar aqui. É muito bom. A gente gosta muito de ler.”

O colega Benjamin Ferreira, da mesma escola, lembrou da importância daquele momento em sua realidade. “Eu gosto muito de ouvir histórias e de ler. Estou gostando muito do evento porque onde eu moro é difícil achar livros novos e em bom estado. E eu gosto muito de ler.”

As falas das crianças revelam exatamente o que o espaço se propõe a oferecer: acesso, estímulo, afeto e oportunidade.

Histórias que atravessam territórios, memórias e futuros

A contadora de histórias Thami Cavalcante encantou a garotada com narrativas de matriz africana, reforçando o poder do coletivo e da imaginação. “Foi incrível a participação deles. Eu trouxe um conto africano que fala sobre a força do coletivo. Assim, conseguimos despertar encantamento, criticidade e imaginação, para que as crianças entendam que podem transformar o mundo em um lugar melhor.”

O dia também contou com a presença marcante de Zé Livrório, que mais uma vez levou literatura brincante e consciência às crianças, além do lançamento do livro “Olhar Vermelho – Memórias dos Militantes do PCdoB de Juazeiro”, de Gilson Araújo Ribeiro, e da apresentação musical de Mádara, preenchendo a praça com poesia em forma de som.

Um rio que segue correndo

O Juá Literária – Um Rio de Letras, promovido pela Prefeitura de Juazeiro, segue com programação gratuita até sábado (25) em vários pontos da cidade, incluindo a Orla II, o Centro de Cultura João Gilberto, a Biblioteca Municipal, distritos e até o Velho Chico.

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Texto: Eudes Sampaio – Ascom/PMJ

Quem entra pela Orla II de Juazeiro já sente o movimento pulsante do Juá Literária. Música, cores, livros e gente circulando com brilho nos olhos anunciam que a cidade está vivendo dias de cultura e encantamento. Logo na entrada da feira, nesta quinta-feira (23), o Espaço Juazinho se tornou palco de cenas afetuosas, onde a literatura encontrou a infância em sua forma mais bonita: simples, lúdica e cheia de significado.

Entre pincéis, desenhos e poesia, a pequena Aylla Luane de Araújo vivia uma experiência que vai além da leitura, a de criar e sentir. Concentrada em sua pintura, ela descreveu o que mais a encantou:
“Estou achando muito legal porque tem um monte de coisas legais. Estou pintando um coração que representa amor, carinho e paz. Quem me trouxe foi meu pai.”

Ao lado dela, o pai observava com orgulho. Em poucas palavras, ele resumiu o motivo de estar ali. “Eu já estava aguardando o festival. Eu já sabia que ia ter. Fui ao médico e, no retorno, aproveitei pra passar aqui, conhecer o espaço literário e essa festa linda. Cheguei agora, mas já vou logo dizer que é dez!”

A ideia de proporcionar momentos como esse é justamente o propósito do Espaço Juazinho, como explicou Ana Cecília dos Reis, uma das coordenadoras. “O objetivo desse espaço é receber as crianças de uma maneira lúdica, brincante e cheia de poesia e leitura. Além de adquirirem seus livros, elas têm um espaço preparado especialmente para elas, de forma carinhosa, divertida e lúdica, como a infância deve ser.”

Juá Literária

O Juá Literária é promovido pela Prefeitura de Juazeiro e segue até sábado (25), com programação totalmente gratuita em diversos pontos da cidade, entre eles a Orla II, o Centro de Cultura João Gilberto, a Biblioteca Municipal, distritos e até o velho Chico, o rio São Francisco.

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Texto: Lucas Oliveira – Ascom/PMJ